Falam-me em cozinha portuguesa e tudo o que me vem à cabeça é cozido à portuguesa e pézinhos de coentrada. Peco por não gostar de alguns pratos portugueses, emblemas nacionais ou não.
Como tal, raras são as vezes em que nos aventuramos por espaços tradicionais.
A primeira vez que fui ao Alfaia foi na companhia das amigas e rapidamente me apercebi que era um restaurante onde tinha de ir com o Zé. E como o moço até estava bem disposto, resolveu oferecer o jantar e eu não me queixei.
O Alfaia está aberto desde 1880, os ingredientes são de excelente qualidade e dá gosto passar por lá.
A decoração do espaço é simples e em tons claros, havendo duas salas de refeições distintas para fumadores e não-fumadores. Apesar da falta de decoração o espaço é acolhedor e as mesas com as suas toalhas e guardanapos brancos conferem um aspecto cuidado.
A cozinha do Alfaia tende para pratos típicos do norte de Portugal, em especial da região minhota, onde surgem iguarias como a alheira de caça, o bacalhau e o polvo cozinhados de variadíssimas formas e para todos os gostos.
O serviço no Alfaia é impecável. Os empregados que nos atenderam foram extremamente atenciosos e preocupados em saber se a refeição estava do nosso agrado, mas sem parecer que andavam ali em cima de nós a examinar cada garfada que dávamos.
Apesar da quantidade de pessoas que estava no restaurante foi-nos fácil fazer o pedido e não tivemos de esperar muito até que nos chegassem à mesa dois pratos bem confeccionados e temperados.
O Zé optou por comer uns pastéis de bacalhau com arroz de tomate e eu, louca por polvo, não resisti em pedir um polvo à lagareiro com bróculos (em vez de grelos) e batatas fritas (em vez de batatas a murro).
Segundo o Zé, os pastéis estavam bem fritos e não pingavam de gordura, algo que é muito importante na confecção de um prato frito. O arroz de tomate estava no ponto e foi servido numa porção muito generosa.
Pastéis de Bacalhau com Arroz de Tomate
Quanto ao polvo só tenho a dizer que hei-de lá voltar para comer mais do mesmo. Não me sai da cabeça a textura macia e nada borrachuda. O tempero com sal, azeite, cebola e pimentos deixou-me a chorar por mais e eu que muitas vezes opto por nem sequer comer a cabeça do polvo, desta vez não deixei nada no prato. O meu polvo era divinal.
Polvo à Lagareiro - o prato era fundo e continha mais do mesmo bicho
As sobremesas são as tradicionais portuguesas como a sericaia, o arroz doce ou a pêra em vinha do Porto. Como não somos fãs destas optámos pela baba de camelo e por um parfait de chocolate com gelado de baunilha. Não ficámos desapontados. A baba de camelo vinha com raspas de amêndoa e sabia a comida caseira. O parfait também ajudou a adoçar a boca mas não era nada por aí além.
Baba de Camelo
Parfait de Chocolate
Ficámos contentes com a ida ao Alfaia e planeamos voltar lá daqui a uns tempos para que o Zé possa provar algo diferente e para que eu possa voltar a enamorar-me de forma canibalesca pelo polvo. Ai o polvo!
Se precisarem de uma desculpa para jantar no Bairro Alto aproveitem o Alfaia, mas aconselhamos a que façam uma reserva prévia pois tem tendência a encher.
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Morada: Travessa da Queimada, Bairro Alto
Contactos:
Telefone - 213461232
Horário de Funcionamento: Segunda a Sábado das 12h00 às 02h00. Domingo das 16h00 às 02h00. Esplanada encerra às 24h00.
Reservas: Aconselhável.
Zona de Fumadores: Sim
Acesso para Deficientes Motores: Não
Esplanada: Sim
Tipo de Pagamento: Dinheiro, Multibanco
Preço Médio: 15-25€
Relação Qualidade/Preço: Muito Boa
Relação Quantidade/Preço: Muito Boa
Transportes:
Metro - Baixa-Chiado
Autocarro - 758, 202
Eléctrico - 28
Estacionamento Fácil: Não
Tipo de Vestuário: Casual
Serviço: Muito Bom
Apropriado para Crianças: Sim
Wi-Fi: Não
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